Publicado em: 28/06/21 às 15h
Somente 2 empresas de bens de consumo viraram unicórnios ano passado: a NotCo e a mamaearth.
Pra efeito de comparação, existem cerca de 900 unicórnios no mundo, startups avaliadas em mais de U$1 bilhão, e a grande maioria focada em tecnologia.
A análise fica mais interessante quando vemos que as poucas empresas de consumo que atingiram esse estado mítico vem sofrendo nos últimos anos:
Beyond Meat: a líder no mercado americano plant based não cresce há mais de um ano.
Glossier: a fundadora da marca de cosméticos renunciou esse ano.
Warby Parker: a companhia de óculos perdeu mais de 75% do valor de mercado no último ano.
https://finance.yahoo.com/news/warby-parker-nyse-wrby-investors-130216892.html
Vejo alguns fatores que dificultam a vida dos fundadores de marcas de consumo que sonham em se tornar unicórnio:
- O hábito de compra das categorias é fragmentado.
- Os efeitos de rede são baixos.
- Crescimento exponencial para produtos físicos é mais complexo do que para produtos digitais.
- A obsessão com crescimento em detrimento a margem pode inviabilizar o negocio, principalmente se vierem reduções de preço muito cedo no processo.
- Os playbook são muito mais adaptados ao mundo de tecnologia, sem expertise no setor.
Centenas de marcas de consumo cresceram por décadas através de um modelo mais resiliente e sustentável: o que o jargão atual chama de startup camelo:
- Obsessão com o fluxo de caixa pra não morrer de sede no meio do caminho.
- Foco no consumidor e ajuste nos produtos e canais antes de expandir com capital abundante.- Expertise setorial mão na massa, consumo é terra de operadores.
- Captações pontuais com valuations mais realistas até a saída para um comprador estratégico ou perenidade do próprio negocio.Vejo um enorme potencial no setor de consumo, mas pra ficarmos nos jargões dos animais: consumo é terra de camelo, não de unicórnio.
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